Que tal iniciarmos um jogo de “passadologia”? Imagine a década de 1900. Agora pense na Alemanha e dê uma volta pelas ruas de Munique. A tarefa de você é encontrar um menino, franzino, cabisbaixo, de cerca de uns sete anos de idade. Neste momento, provavelmente, ele deve estar sentado na sarjeta, usando seus livros como suporte para a bunda não sujar, pensando no que iria dizer quando chegasse em casa. Ele acabou de ser expulso da aula porque não conseguia ler da lousa a lição que a professora tanto queria que fizesse. Ela perdeu a paciência porque não era a primeira vez que isso acontecia. O garoto sempre recusava a escrever e ela estava perdendo literalmente a paciência em suas tentativas frustradas de alfabetizá-lo.
Chegando em casa, a mãe logo lhe põe de castigo e começa a falar palavras como preguiçoso, vagabundo, desleixado, deixando o menino ainda mais triste e magoado. Ele fecha a porta do quarto, abre a janela e fica admirando o céu. Quer conhecer o Universo.
No outro dia, a professora já está de prontidão, na porta da escola. Enquanto o menino corre em direção aos amigos, ela diz à mãe que ele anda dando muito trabalho na aula e não tem nenhum interesse pelas letras. Aconselha que seja enérgica com ele porque senão terá de expulsá-lo de vez da escola. Lá, não era lugar para preguiçosos e vagabundos.
Agora, passemos à segunda etapa do nosso jogo: a próxima casa a mover-se no tabuleiro da vida é a da“presentologia”. Imagine nosso querido Brasil e procure por um aluno que esteja na altura dos seus sete anos, estudando em alguma escola pública ou particular. Ele também não copia as lições da lousa e tão pouco presta atenção no que a professora fala. Quer saber mesmo é de ficar olhando a janela, imaginando o Universo. A professora já não sabe o que fazer. Se estiver trabalhando na rede pública, sabe que logo chegará a época daquelas benditas provas de mensuração que os governos tanto adoram aplicar para distribuir mais ou menos verbas financeiras a esta ou aquela unidade escolar e bonificar este ou aquele professor. Ela teme por represálias por parte da diretora e também pensa em seu contra-cheque. Agora se ela estiver na rede particular, engana-se quem acha que o drama será diferente. Pode ser um pouco mais “oculto”, mais “velado”. Provavelmente ela irá deparar-se com duas possíveis situações: ou os pais desse garoto vão lhe chamar de péssima professora, que não tem “talento” para educar seu filho ou a diretora, a dona da escola, vai fazer de tudo para convencê-la a dizer aos pais desse aluno que o melhor que tem a fazer é trocá-lo de escola. Não é interessante para ela ter um aluno que apresenta tanta dificuldade de aprender porque sabe que a vida é dura. Ele dá gastos e trará prejuízos. Faz a professora perder muito tempo e o rendimento da turma toda pode ficar prejudicado. Ela sabe que precisa mesmo é de alunos brilhantes, que possam no futuro servir de vitrine humana para a publicidade que a exposição dos primeiros colocados nos vestibulares famosos proporciona.
O que faz então a professora? Pressionada contra a parede, contra o sistema, não tem muita opção. Acaba mesmo por esquecer-se de sua função, das modernas práticas pedagógicas, que afirmam que cada um tem seu próprio ritmo de aprender e muitos não aprendem da mesma forma que os outros. Acaba chamando a mãe para uma conversa particular e se estiver na rede particular, pode ficar jogando indiretas de que o filho não é bem vindo naquela escola, mas se estiver na pública, não terá muita opção. A única que enxerga é sugerir à mãe que leve seu filho ao médico e diz também que não aprender como os outros, no mesmo ritmo e da mesma forma que a maioria, pode ainda ser uma doença.
Chegamos agora à última casa do tabuleiro. Aqui há uma encruzilhada onde as casas da “passadologia” e a da “presentologia” apresentam um enigma. Para continuar andando no tabuleiro da vida será necessário decifrá-lo. A dica é : o nome da próxima casa é “futurologia”......
Tá difícil de encontrar a resposta? Vou tentar ajudar.....mais uma dica:
Dificilmente a Humanidade será agraciada com outros Einsteins da vida...
E, você? Já descobriu o por quê?
Então.... conte para nós...
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A informação é o melhor remédio!!!
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