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sábado, 14 de maio de 2011

Devo precisar voltar ao jardim de infância... um caso envolvendo a UFABC

Pessoal, resolvi começar a escrever um blog sobre educação devido ao um fato para lá de inusitado que aconteceu comigo. Minhas pesquisas para a  publicação de um livro sobre os transtornos de aprendizagem, com um recorte na Dislexia e no TDAH (Déficit de Atenção com Hiperatividade), conhecido também como “mente com funcionamento DDA”, estão me levando para um caminho que eu jamais imaginava percorrer. 


Pois bem, eis que durante minhas pesquisas deparei-me com vários argumentos de que tais transtornos não existem. Essa tese vem sendo arduamente defendida pelo Conselho Regional de Psicologia de São Paulo em conjunto com várias entidades da sociedade civil. Como entrevistei um dos primeiros cientistas que havia publicado estudos sobre a existência da Dislexia, o Dr. Albert Galaburda, da Harvad, entrei em contato novamente para saber a opinião dele a respeito dessa tese contrária, já que citam os estudos dele.

Para minha surpresa, o Dr. Galaburda disse que não iria responder essas questões porque para ele esses pesquisadores, que defendem a não existência destes transtornos, estão muito atrasados em relação à ciência, ou seja,  não sabem o que falam. Sugeriu que eu procurasse entrevistar neurocientistas e ainda disse que se eu enviasse a ele perguntas envolvendo provas concretas,  que citem a não existência destes transtornos, que mostram cientificamente que a Dislexia não é uma doença, ele voltaria a  responder minhas questões para a publicação de meu livro. Terminou dizendo ainda o seguinte: apenas abrir a boca e dizer que não é, não é suficiente para ele .....

Foi assim que acabei conhecendo o Núcleo em Neurociência Cognitiva da UFABC. Entrei em contato com o núcleo em busca das tais "provas cientifícas". Consegui  entrevistar dois professores pesquisadores  e  ambos gostaram bastante de minhas pesquisas, dos meus questionamentos e  colocaram-se à disposição para serem meus futuros orientadores caso eu decidisse participar do processo seletivo. Assim, poderia pesquisar academicamente "o ponto de vista científico" sobre  as evidências da existência ou não destes transtornos.  Tudo o que estava faltando para a conclusão de meu livro, afinal já faz quase dois anos que procuro entender essa discussão e não encontro respostas concretas. Até agora, ninguém conseguiu me responder "cientificamente" aos contra-argumentos propostos pelo CRP/SP.   

Por esse motivo, acabei fazendo a inscrição no processo seletivo para o mestrado em tal núcleo. Ao sair o resultado da primeira fase, a primeira  surpresa. Não passei nem na primeira fase!  Não me deram a chance de fazer nem sequer uma prova para demonstrar o quanto sei!!! Até aqui, tudo bem. Pensei comigo: afinal quantos candidatos não passam....???? Sou apenas mais uma ... A segunda surpresa foi pior ainda. Poucos dias depois do resultado, recebi um email de um desses pesquisadores dizendo que não queria  mais participar do livro, de que não queria mais ceder entrevista para a publicação. O motivo alegado? Falta de tempo!!! rs rs rs 

Voltando ao caso do processo seletivo, envolvendo o núcleo de neurociência cognitiva da UFABC,  vários fatos me chamaram atenção:

1 -  Como eles deram preferência ao curriculum lates dos candidatos foi possível acessar o perfil da maior parte dos aprovados nesta etapa;

2 – A lista dos aprovados apresentou  muitos nomes estrangeiros e dentro do perfil deles foi possível verificar que não tinham conhecimentos da língua portuguesa;

3 – Ao questionar a Comissão de Seleção do Núcleo de Neurociência Cognitiva da UFABC para saber o por que não passei, quais foram os motivos e como havia sido utilizado os  “tais critérios de seleção”, aconteceu a surpresa maior. Para espanto meu e de todo mundo que comento o assunto, a Comissão  não soube esclarecer claramente como usou os “tais critérios”. Em email aberto a  todos os reprovados, o prof. Yossi Zana, usou as seguintes palavras: ...” Os avaliadores não divulgaram as razões específicas de não aprovar ou reprovar cada candidato e a Coordenação não possui acesso a esta informação. Achei essa resposta um insulto à minha dignidade e também à minha inteligência. Como  o email veio aberto com todos os endereços dos candidatos reprovados, foi muito fácil conseguirmos entrar em contato um com outro.
  
Dessa comunicação surgiu a ideia de protocolar uma carta de solicitação ao  Reitor da UFABC, prof. Helio Waldman, para que cancelasse o processo seletivo e que tomasse medidas urgentes. Apontamos fortes evidências de que o edital de seleção apresentou cláusulas que infringem os artigos constitucionais de igualdade, garantidos pela Constituição Federal, e de não estarem seguindo as orientações determinadas pelo artigo 44, inciso III, da LDB,  Na data de 4/05 o grupo recebeu a resposta da reitoria negando o pedindo. Pelo teor dos argumentos deles, fica evidente a preferência aos candidatos estrangeiros em detrimento aos brasileiros, o desrespeito total à Língua Portuguesa e à própria Constituição Federal.

O grupo salientou ainda a informação de entender ser  inaceitável o fato de uma universidade pública brasileira admitir em seu exame de seleção que candidatos estrangeiros possam ser aceitos mediante exames realizados exclusivamente em língua inglesa. 


Questionei o MEC sobre esses procedimentos e novamente, mais uma surpresa. Informaram não existir legislação específica que determine a obrigatoriedade de candidatos estrangeiros dominarem a língua portuguesa para que possam ser aceitos pelas universidades e nem mesmo cotas. Isso na prática permite à Universidade poder preencher todas as vagas disponíveis para candidatos estrangeiros que nem sequer dominam nosso idioma.

Entendo que como a língua é a expressão máxima de cultura de um povo, desprezá-la em prol de uma língua estrangeira evidência total falta de respeito à nossa cultura e como sendo uma Universidade pública, a priori, deveria dar o exemplo e exigir destes candidatos domínio do nosso idioma. Cheguei a localizar o candidato Asad Mumtaz, aprovado na primeira etapa, e o mesmo confirmou que chegou a prestar o exame GRE  para concorrer à vaga de mestrado neste curso, que era banqueiro e que não falava nenhuma palavra de português!!!! 

Entendo ainda que ao utilizar como critério de exclusão  apenas uma análise de curriculum,  como primeira etapa de um processo  seletivo, sem ao menos aplicar uma prova de conhecimentos básicos, evidência uma prática totalmente IMORAL que só vem a ratificar o velho  e conhecido ditado popular das “cartas marcadas” .

Como a Universidade respondeu que tem a intenção de "internacionalizar o curso";  como os textos estão quase todos em língua inglesa,  não aplica prova de conhecimentos mínimos em língua portuguesa, afirmou ainda que o processo é criterioso e ético e que publica  as notas dos aprovados,  chego à conclusão de que foi um engano ter participado deste processo. 

Preciso mesmo é voltar ao jardim de infância... rever as aulas sobre pátria, cidadania, ética, como  aprender a interpretar o significado das palavras....saber usar o dicionário..... porque até agora não consigo entender como podem afirmar não  precisar saber dominar a língua portuguesa para cursar uma universidade mantida pelo dinheiro dos impostos pagos pelo povo brasileiro cuja língua oficial do país é a Língua Portuguesa; não entendo também como podem dizer ser éticos e transparentes sendo que  não souberam esclarecer aos candidatos reprovados como usaram os tais critérios e também não publicaram minha nota nem a dos demais reprovados...   sem falar no desrespeito à Constituição  Federal.. 


Para falar a verdade, está difícil mesmo é  entender esse raciocínio...afinal, se o edital exige dos candidatos brasileiros proficiência em língua inglesa e não exige conhecimentos de língua portuguesa aos candidatos estrangeiros, tanto é que há a possibilidade do processo seletivo ocorrer unica e exclusivamente em língua inglesa e como estávamos todos - brasileiros e estrangeiros - concorrendo às mesmas vagas, evidência claramente que os princípios de igualdade garantidos pela Constituição Federal não foram cumpridos. Então.... o processo foi ilegal!!!  Advogados e juízes vivem dizendo que nenhum outro dispositivo de lei tem força maior do que a própria Constituição Federal. Pelo jeito,  não foi o que achou a Universidade, que deu continuidade ao processo e pelo que nos respondeu irá continuar os processos seletivos com "os tais critérios seletivos".

Abaixo, publico a carta enviada ao Reitor, a reposta da Universidade e a lista da primeira fase. Se você, assim como eu e os demais candidatos que assinam a carta, ficar indignado com os fatos apontados, deixe um comentário, um post. Quem sabe a imprensa revolve publicar o assunto e algum parlamentar proponha uma nova legislação, uma lei que obrigue as universidades a não trocarem a Língua Portuguesa em prol da Língua Inglesa durante os processos seletivos para cursos de pós-graduação. Quem sabe ainda não publiquem uma lei CLARA, TRANSPARENTE E ÉTICA.

Os argumentos do CRP/SP estão  publicados no caderno temático 08.
Clique aqui e leia o artigo.  

Entrevistei o sociológo e professor universitário Emir Sader clique aqui e conheça a opinião dele a respeito do caso.

Entrevistei também o imortal da ABL (Academia Brasileira de Letras), Evanildo Bechara, conheça a opinião dele clicando aqui


___________________________ 
Participe. Comente. Compartilhe.

A informação é o melhor remédio







Carta enviada ao Reitor







13 comentários:

  1. Absurdo e vergonhoso por se tratar de uma universidade federal! Que bom seria q nos brasileiros fossemos estudar no exterior e tivessemos o mesmo tratamento e preferencia.

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  2. absurdo ! tá mais pra palhaçada com os estudantes brasileiros ! tomare q o senador acolha esta causa e dê um parecer digno .

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  3. Olha, eu entendo sua posição e concordo com alguns pontos, especialmente o que diz respeito ao direito de recurso. Mas não concordo com muitos outros, principalmente sobre a intercionalização. Não vejo como a intercionalização do perfil de pesquisa de uma universidade pública possa ser desmeritório. Pelo contrário, acho que as faculdades devem buscar alunos de excelência independentemente da nacionalidade. A ciência é universal.

    Tampouco acho que as faculdades, públicas ou não, devam preencher as vagas de pós graduação só para não deixa-las ociosas. Se assim fosse, o processo deveria chamar-se classificatório, e não seletivo.

    Do mais, acho que só se esqueceu de mencionar um pequeno, mas fundamental, detalhe na sua argumentação: você estava pleiteando uma vaga num programa de pós graduação de base científica com uma formação essencialmente humanística. E aí sim, concordo que a UFABC deveria ter lhe dito isto quando questionada sobre os motivos da reprovação.

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  4. Obrigada pela participação. Só gostaria de esclarecer a você que eu também pensava assim. Achava que minha formação não daria condições de realizar minhas pesquisas em tal núcleo. Por isso, antes de inscrever-me fui falar com um dos coordenadores do curso e o mesmo me garantiu que a Universidade busca a “integração” dos saberes e que podia participar. Sugiro que leia a proposta pedagógica do núcleo, está no próprio site deles. Se iria passar ou não, isso já é outra questão. O fato é que a universidade não agiu de forma transparente comigo. Além de não ter publicado minha nota não soube explicar claramente como usou os “tais critérios de seleção”.
    Um curso de mestrado existe para promover a formação daí acho um absurdo usar como critério de exclusão o curriculum do candidato sem ao menos lhe dar a oportunidade de fazer uma prova. Não é por acaso que a própria CAPES não admira esse tipo de “critério” ainda mais qdo se trata de uma universidade. Leia o artigo 44, inciso III, da LDB.
    Esclareço ainda q não sou contra a internacionalização, pelo contrário, ela é necessária. A ciência é universal como você bem lembrou. Porém, vivemos em um país regido por uma Constituição e ela, ao meu entender, foi desrespeitada. Se o brasileiro tem de provar proficiência em inglês, o estrangeiro tem de provar proficiência em português. É um dos princípios básicos da igualdade.
    Vanessa

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  5. Bom, eu estudo na UFABC e defendo-a com unhas e dentes, mesmo porque são poucos os alunos estrangeiros. Conheço diversos alunos do mestrado e todos possuem currículos excelentes e todos são brasileiros.
    Mestrado e doutorado em qualquer instituição pública tem como primeiro critério de avaliação o mesmo documento, tal fato é comprovado pelo fato de alunos da graduação com interesse em seguir carreira acadêmica ou mesmo cursar uma pós procurarem participar de projetos de iniciação científica.

    Olhando documentos, descobri que alunos estrangeiros também foram reprovados! Agora me responda, como sua formação poderia estar relacionada a neurociência? Achei as duas bem distantes. Então, talvez os seus concorrentes realmente estavam "melhores" preparados para a vaga.
    Será que você estaria tão ofendida assim se você estivesse dentre os selecionados? Acharia um absurdo as queixas dos demais candidatos?

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  6. Olá Juliane, obrigada por participar. Bom seria também se defendesse com unhas e dentes a transparência, ética e respeito à cultura brasileira. Acho que não entendeu direito o caso. Não estou ofendida por não ter passado. Pelo contrário! Sei muito bem que a vida é repleta de “nãos” e não passar faz parte do jogo. Talvez você, que está na altura dos seus 21 anos, ainda não tenha vivido o bastante para entender os motivos pelos quais estou realmente ofendida: a universidade não foi transparente comigo ao não publicar minha nota e nem me explicar claramente como usou os “tais critérios de seleção”, sem contar o fato de que entendo que este processo seletivo desrespeitou à Constituição Federal. Já conversei com vários amigos advogados e os mesmos confirmaram meu raciocínio. Você sabia que existe uma lei em nosso país que nos garante princípios de igualdade? Procure se informar. Sei que irá me dar razão.

    E, ao permitir aos candidatos poderem usar somente a língua inglesa em detrimento à língua portuguesa e por ser uma Universidade, pública, pertencente de uma rede federal do próprio governo, entendo que seria obrigação dela promover nossa cultura e exigir dos candidatos estrangeiros proficiência em língua portuguesa. Entendo isso como qualidade sine qua no para se ser respeitado no círculo internacional da ciência. Não conheço nenhum país sério, respeitado no mundo da ciência, que permite acesso a candidatos estrangeiros sem lhes aplicar um teste de proficiência na língua oficial, que representa a cultura de seu povo. Se você conhecer algum, por favor, me fale porque talvez eu esteja desinformada.
    Quanto à questão da minha formação, já respondi o assunto no post acima. Sugiro que leia. Abcs, Vanessa.
    A informação é o melhor remédio!!!

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  7. Cara Vanessa,

    Sem entrar no mérito do processo seletivo, o qual eu desconheço, o argumento de que o domínio da "língua pátria" é condição sine qua non para a admissão de candidatos em programas de pós-graduação me parece xenófobo e demasiado nacionalista. Segundo esse argumento Albert Einstein não teria sido aceito em Princeton em 1935 por então não dominar o idioma inglês. A propósito, os Estados Unidos jamais adotaram um idioma oficial e grande parte da sua pujança cinetífica se deve aos estrangeiros sem domínio do inglês que por lá foram acolhidos. Em minha opinião não é razoável (e produtivo) que se ergam barreiras nacionalistas em questões relacionadas ao conhecimento e/ou à sua produção.
    Thomas Logan Ritchie - Universidade Federal do ABC

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  8. Caro Tommy,

    Obrigada por participar. Bem colocado suas argumentações. Meu objetivo não é promover xenofobia, quanto menos demasiada visão nacionalista, se bem que defendo o ponto de vista de que quanto mais orgulho o cidadão brasileiro tiver de seu país, mais condições poderemos ter de mudarmos a situação lamentável pela qual nosso povo vive e de sairmos da posição de terceiro mundo.
    Agora entrando no "X" da questão, bem dito: em 1935 Einstein, como você diz, não precisou dominar o inglês para estudar nos EUA. O problema é que não estamos mais em 1935. Em 2011, a realidade é outra. Desconheço hoje alguma universidade estrangeira, de forte posição no meio da ciência, que não aplique teste de proficiência em língua oficial do seu país aos candidatos estrangeiros. Se existe, por favor, me diga.
    Abcs,Vanessa

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  9. Cara Vanessa,

    Obrigado pela resposta.

    Uma correção histórica: Einstein foi aceito em Princeton em 1935 não como estudante, mas sim como um pesquisador já consagrado e renomado internacionalmente.

    Quanto à questão da exigência da proficiência na língua oficial para candidatos a programas de pós-graduação e/ou bolsas de pesquisa eu posso afirmar o contrário do que você coloca: a maior parte dos países cobra algum conhecimento da língua inglesa e não proficiência na língua local. Isso se deve ao fato de o idioma inglês ser (quase consensualmente) considerado lingua franca no mundo atual no que diz respeito a ciência e tecnologia. Como exemplo (dentre tantos outros possíveis) eu citaria o respeitável Instituto EURANDOM na Holanda, no qual os cursos e workshops são ministrados em língua inglesa. Certamente este instituto estaria isolado internacionalmente se passasse a exigir proficiência em neerlandês a seus estudantes e pesquisadores. http://www.eurandom.tue.nl/about.htm

    Também acho que vale reiterar que os EUA não adotam um idioma oficial.

    Eu sou um profundo admirador e estudioso da (bela e mal tratada) língua portuguesa, mas acredito que a imposição da sua obrigatoriedade (nos mais variados contextos) não é a melhor maneira de difundi-la e proclamá-la ao mundo.

    Thomas Logan Ritchie

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  10. Thomas, obrigada por participar novamente. Contudo, seus argumentos não me convencem!

    Primeiro, porque a UFABC não é um Instituto nem tampouco universidade privada, como ocorre nos EUA.

    A UFABC é uma universidade pública, que faz parte de uma rede de Universidades Federais, ligada ao governo brasileiro, mantida pelo dinheiro que sai do bolso do povo brasileiro.

    Por ter esse papel, acho descabido não exigir do candidato estrangeiro domínio da língua oficial do país.

    Coloca num mesmo processo seletivo candidatos brasileiros e estrangeiros juntos e exige dos brasileiros domínio do inglês e o português fica, coitadinho, na lata do lixo. Faz o mesmo com a própria Constituição Federal, colocando também o princípio da igualdade na lata do lixo.

    Você cita os EUA e esquece que nossa realidade é bem diferente da deles. Duvido muito que eles aceitem candidatos estrangeiros que só falem o português ou norueguês....

    Saiba que também não sou favorável a obrigatoriedade de exigência do teste de proficiência em Língua Portuguesa via imposição da Lei porque entendo que ele deveria ser regra em qualquer universidade brasileira, ainda mais pública.

    Mas, como o argumento usado pela reitoria foi porque a Lei não os obriga, não vejo outra alternativa a não ser propor mudança na Lei, a tornar obrigatório algo que deveria ser feito pelo bom senso!

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  11. Vanessa,

    Eu não pretendo monopolizar a discussão (aliás acho uma pena que outros integrantes da UFABC não se manifestem nesse espaço, optando pelo laconismo de respostas burocráticas e/ou legais), portanto deixo aqui uma última sugestão, que, a meu ver, contribuiria para a maior inserção internacional de nosso país.

    Ao invés de procurarmos estabelecer uma redoma linguística em nossas instituições públicas de ensino e pesquisa, seria mais construtivo se elas facultassem o ensino da língua inglesa a seus integrantes (e, se possível, à comunidade local). Como você disse, não estamos mais em 1935, quando o alemão e o francês ainda rivalizavam com o inglês nos meios científicos e acadêmicos internacionais. Não reconhecer que o inglês seja a linguagem universal do mundo globalizado em que estamos inseridos (o que ocorre em várias instituições de ensino e pesquisa importantes nos mais variados países) me parece improdutivo e ineficaz.

    Obrigado e parabéns pela iniciativa da discussão!
    Thomas Logan Ritchie -
    Universidade Federal do ABC -
    Centro de Matemática, Computação e Cognição.

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  12. Oi Vanessa Gasquez, tudo bem?

    Parabens pelo livro que você esta escrevendo, muito interessante o tema.

    Eu achei muito interessante a sua divulgação sobre estas coisas lamentaveis que estão ocorrendo neste processo de seleção.

    É terrivel que algumas instituições universitarias brasileiras, se escondam atraz da autonomia universitaria, com o fim de propagar estas politicas de preconceito e que certamente vão contra os interesses nacionais e a busca pelo livre conhecimento.

    Mas eu acredito que o que ocorreu de mais grave nesse processo não foi a exigencia do ingles e a ausencia de exigencia do portugues.

    Mas sim a falta de transparencia no processo, o que esta garantido "Art. 5º, XXXIII" da constituição. Isso obriga eles a divulgarem a notas, provas, e os criterios de seleção. Eu sei de casos semelhantes relacionados a concursos, que foram anulados com base nesse inciso!

    E tambem a falta de objetividade no processo de seleção, um cordenador admitir por meio de e-mail que não sabe como os avaliadores fizeram suas avaliações é um "prato cheio" para um processo!!!

    Olhe o "Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
    Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
    seguinte:" da constituição.

    Deixar vagas osciosas tambem é algo que pode ser questionado.

    Mas acho que diante da situação só um processo mesmo resolveria!

    Boa Sorte!!!
    e Um Abraço!

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  13. Oi Vanessa
    Compartilho desta frustação, cheguei até a penultima fase do mestrado de engenharia da informação. No resultado final, um dos "agraciados" obteve a mesma nota que a minha na prova, nota zero no currículo (não foi o meu caso), mas para meu espanto obteve uma nota acima da média no quesito Nota de Procura (nota atribuida de acordo com o interesse dos orientadores oelo candidato). Como um indivíduo que obteve nota zero na avaliação do currículo pode despertar tanto interesse nos orientadores???
    Universidade gratuita, cidadã, ética e inclusiva... pura demagogia. No Brasil isto não existe

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