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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Emir Sader opina sobre o caso da UFABC

Entrei hoje em contato com o professor Emir Sader, que é  mestre em filosofia política e doutor em ciência política pela Universidade de São Paulo, autor de vários livros, com uma longa experiência na área da Educação,   para saber dele uma opinião a respeito da possibilidade  que os candidatos ao curso de mestrado em neurociências cognitiva da Universidade Federal do ABC (UFABC) tiveram em poder escolher participar da seleção usando única e exclusivamente a  língua  inglesa.

Esse “detalhe”, de poder trocar a língua portuguesa em prol da língua inglesa,  ainda está me deixando de cabeça zonza. Confesso que até agora parece que a ficha ainda não caiu direito e eu devo ter tido um daqueles pesadelos que te deixam fora da realidade. Por isso, está muito difícil de digerir toda essa “experiência”, vivenciada porque eu só queria encontrar respostas às minhas pesquisas sobre os transtornos de aprendizagem (TDAH - Dislexia). Ledo engano. O buraco mostrou-se mais embaixo.
  

A ENTREVISTA

Vanessa Gasquez- É sabido por todos que a língua é a expressão máxima de cultura de um povo e como sendo uma Universidade, deveria, a priori, respeitá-la e exigir dos candidatos estrangeiros conhecimentos da língua oficial, assim como acontece em outros países. Qual é sua opinião a respeito desta prática, de permitir a troca da língua portuguesa pela inglesa?

Emir Sader -  Eu considero saudável o critério de trazer estudantes estrangeiros para cá, da mesma forma que estudantes brasileiros possam ir estudar em outros países. Deveria, inclusive, reservar vagas para candidatos estrangeiros, dando prioridade aos latinoamericanos. Porém, a Universidade deveria aplicar  prova de proficiência em nosso idioma, da mesma forma que nós, brasileiros,  somos submetidos quando pretendemos estudar em  outros paises.


Vanessa - Questionei o MEC sobre esse procedimento e novamente, mais uma surpresa. Informaram não existir legislação específica que determine a obrigatoriedade de candidatos estrangeiros dominarem a língua portuguesa e nem das universidades aplicarem prova de proficiência em  Língua Portuguesa. No entanto, na própria página do MEC, podemos verificar que o Brasil tem sim um exame de proficiência em Língua Portuguesa.
A UFABC  nos respondeu que permitiu a troca do português em prol do inglês porque pretende "internacionalizar" o curso. Apesar do MEC disponibilizar o teste de proficiência em língua portuguesa,  a universidade afirmou não ser necessário aplicá-lo e usou como argumento o fato da lei não obrigá-la devido à autonomia universitária. 

Emir :
 Deve-se defender o critério de que os exames sejam feitos em português, para todos os  candidatos.

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Clique aqui  para conhecer o exame de proficiência em Língua Portuguesa

Clique aqui para ler a opinião de Evanildo Bechara, imortal da ABL e um dos principais filólogos do Brasil.

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