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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Plasticidade cerebral e o TDAH





Fonte: wikipedia/commons




De acordo com os estudos relacionados à neurobiologia da aprendizagem, toda vez que ocorre uma nova informação o sistema nervoso central (SNC) aciona o cérebro, produzindo novas conexões as quais podem gerar novos aprendizados. Se a informação já existe, a área acionada é a da memória.

Mas como o cérebro guarda as novas informações?  Como relaciona as antigas com as novas? Com base em estudos da neurociência,  resumidamente, a resposta está na base genética da aprendizagem: ela causa alterações neuroquímicas provocadas durante a aprendizagem por meio de um processo ligado à plasticidade cerebral.

O artigo Caminhos da informação no cérebro, publicado pela edição, nº 217, de fevereiro de 2011, da revista Mente e Cérebro, afirma que a plasticidade cerebral pode ser melhorada. É tudo uma questão de treino. E isso vale tanto para jovens como idosos.

Mesmo que as es­truturas cerebrais degenerem com a idade, os neurocientistas afirmam que isso não significa que a capacidade cognitiva sofra. Afinal, o cérebro pode se adaptar a novas condições - ele aprende a aprender. E ainda mais, caso o desempenho de algumas regiões cerebrais piore, outras áreas reforçam sua atividade para compensar as deficiências.

Estes neurocientistas chegaram a esta conclusão realizando um experimento científico com jovens em torno de 20 anos e idosos com mais de 65 anos. No entanto, os pesquisadores ainda sabem muito pouco a respeito do que exatamente acontece durante o processo de aprendizagem. Não há como saber, por exemplo, se as informações já existentes das células cerebrais são adaptadas a cada situação ou unidades de processamento completa­mente novas são criadas e integradas, ou seja, a pesquisa não responde se  apenas a comunicação entre os neurônios se altera ou toda a estrutura do cérebro também se modifica durante a aprendizagem.

Eis o mistério a ser desvendado.................

As células neurais funcionam como unidades processadoras de informações. Seus corpos formam a substância cinzenta, o córtex, que compõe a camada externa do cérebro. Cada neurônio pode receber sinais de outras células, transmitidos pelos pontos de contato, as sinapses, e depois encaminhados ao longo de extensões, chamadas axônios. Eles ficam dentro do cérebro, ou seja,  embaixo do córtex, e são chamados substância branca. Sua função é ligar os neurônios por longas distâncias, permitindo  comunicação entre diversas áreas.

Embora o aprendizado baseia-se em uma alteração da comunicação entre as células do cérebro, a questão principal é: qual a plasticidade cere­bral "disponível" para que o órgão reaja a um novo aprendizado? Já se sabe que há um aumento da substância cinzenta toda vez que ocorre um novo aprendizado. Ainda resta pesquisar se a massa branca também se altera no cérebro. A única certeza que se tem até agora é que um misto de aprendi­zagem e atividade física parece ser bastante útil e  que é possível adquirir outras habilida­des que estimulam a plasticidade neural. Dançar, aprender outro idioma, nadar, praticar arvorismo, luta marcial, jogar tênis, xadrez etc. O que conta mesmo é não parar de aprender. Independente da idade ...............

Mas e o TDAH?

Em entrevista publicada no portal da ABDA (Associação Brasileira de Défict de Atenção), o psiquiatra holandês Joseph Sergeant, coordenador da Rede Europeia de Pesquisa em TDAH e professor emérito de Neuropsicologia Clínica da Universidade Vrije, afirmou que como a plasticidade cerebral diminui por volta do 24º aniversário, indivíduos diagnosticados como sendo portadores do  TDAH devem ser  tratado o mais cedo possível.

De acordo com ele, a habilidade de inteligência depende do desenvolvimento neural do cérebro e como as redes neurais, responsáveis em  conectar diferentes partes do cérebro, são as que nos dão flexibilidade, nos permitem desenvolver novas funções, detectar erros e corrigi-los, as crianças com dificuldades de aprendizagem possuem um menor número de conexões entre os dois hemisférios cerebrais. Argumentou seu ponto de vista dizendo ser sabido que pelo menos 40% das crianças com TDAH têm dificuldades de aprendizagem, pois o cérebro delas se desenvolve mais lentamente.
 

E, agora? Ficou confuso?

Seus neurônios estão em guerra??????????

Calma!!!! É  assim mesmo!!! A ciência não é exata... uns vão te dizer uma coisa e outros irão te dizer outra e se você não dominar o idioma de Babel.. apele......  para a oração porque quando o assunto envolve TDAH as respostas são múltiplas e confusas.... Afinal, a língua que mais se fala nesta terra é a da dúvida.

Veja: o psiquiatra Sergeant afirma que a plasticidade cerebral diminui com o tempo e por isso é urgente tratar o TDAH para não prejudicar a “aprendizagem” dos portadores porque eles têm um cérebro que se desenvolve mais lentamente... então.....

 pergunta: se o cérebro TDAH desenvolve mais lentamente porque a urgência?  Se é mais lento, como pode, em alguns casos, ser hiperativo?  Pela lógica não teria que ser o contrário?

2º pergunta: essa teoria já não está ultrapassada? A neurociência vem comprovando que não importa a idade  para que  a plasticidade cerebral desenvolva-se, desde que se pratique?

3º pergunta: onde está a evidência científica provando que a rede neural do cérebro TDAH é mesmo diferente dos ditos "normais" e também onde está a evidência científíca que comprove o desenvolvimento lento?

Entendo que a ciência deveria fornecer provas concretas de sua teoria. Como ainda não as tenho resta continuar investigando esse idioma confuso de Babel. Durante esta prática linguística acabei descobrindo uma pesquisa  que, na minha opinião, aponta para a unicidade da língua: a biologia das emoções. Um dos neurocientistas mais respeitados neste campo é o português António Damásio, que afirma ser a emoção a responsável por modular constantemente a forma de armazenamento dos dados na memória.  

Concluindo............. como a afetividade está ligada às emoções e  as emoções têm relação com à memória, talvez seja esse o motivo da medicação não influir no processo de cognição..... clique e aqui e leia o post sobre "Pesquisa da USP aponta: Ritalina não melhora cognição".

Curiosidades

Você sabia que o sistema cerebral humano possui apro­ximadamente 100 bilhões de células? Que os cursos neurais que as conectam atingem juntos um comprimento com o qual poderíamos percorrer a linha do equador pelo menos 15 vezes? E que as células, porém, não estão conectadas entre si de forma fixa, diferentemente do que acontece, por exemplo, no ambiente eletrônico, no interior de um computador? Realmente a natureza é muito sábia!!!!


Quer saber mais?

Para ler na íntegra a entrevista com o psiquiatra holandês Joseph Sergeant, clique aqui.

A revista Época, edição de 01/07/2011, publicada a reportagem: Como a idade faz nosso cérebro florescer. A matéria afirma que a ciência conseguiu identificar a base neurológica da sabedoria e que a partir da meia-idade as pessoas podem até esquecer nomes, mas tornam-se – acredite – mais inteligentes. Clique aqui e leia na íntegra a reportagem, disponível em versão online no portal da revista.

Ficou interessado nas pesquisas do neurocientista António Damásio? Clique aqui e conheça o Brain and Creativity Institute, fundado por ele.
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