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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A história de Carla e Pedro

Moro em Curitiba, Paraná. Meu filho, o Pedro, sempre foi uma criança muito inteligente, andou uma semana antes de fazer um ano e nunca falou igual ao cebolinha, como a maioria das crianças desta faixa etária. Contudo, as dificuldades dele com leitura e escrita começaram logo na 1ª série e eu mesma procurei ajudá-lo por diversas vezes. Ele sempre escrevia "ao contrário" o número três, o número 8, algumas letras do alfabeto mas, por estar ainda na fase de alfabetização achava ser normal, acreditava que era pelo fato dele estar apenas começando! No entanto, conforme foi passando o tempo essa dificuldade foi aumentando junto com minha angústia.

Para você ter uma ideia, vivia na escola e cobrava a professora porque percebia que alguma coisa não estava certa. Queria entender o que acontecia e o caminho foi torturoso. Quando começou a 3ª série já tinha visto um estrago grande em seu aprendizado, aí resolvi trocá-lo de escola, para ver se em outra escola as coisas melhorassem. Logo nas primeiras semanas de aula a professora me chamou para falar sobre o processo de aprendizagem do Pedro. Fiquei muito feliz pois, alguém tinha percebido alguma coisa diferente em meu filho, mas só ficou naquela conversa, tanto que no meio do ano troquei de escola novamente. Tudo em vão porque a nova escola também deixou a desejar, nunca tinha lição no caderno. Sempre fiz questão de estar sempre presente na escola querendo saber o que acontecia com meu filho. Ficava louca da vida quando olhava o caderno dele e via que tinha feito tudo errado, a professora corrigia como se estivesse certo e aí eu não pensava duas vezes: ia falar com a professora dele e acho que esta professora acabou foi é ficando com raiva de mim porque acabou deixando meu filho de lado. Ela só me falava: - O Pedro vive no mundo da lua, sempre temos que chamar a atenção dele!  O engraçado é que nunca me dizia o que poderia ser, ou então, para eu procurar ajuda especializada! Aí vemos o quanto os professores estão despreparados. Pelo menos no meu caso vivi na pele um sofrimento que poderia ter sido solucionado desde o início, creio eu.

Essa professora era da 4ª série chegou até a dar apelidos ao meu filho: "o lesma da sala" ou então "o lerdinho da sala" coisas desse gênero que hoje, com 13 anos, ele não esquece. E dessa forma, terminou a 4ª série. Sem saber o que acontecia, andei por diversos consultórios de pscicólogos que me diziam que ele era imaturo porque simplesmente era um menino! Gastei algum dinheiro tentando descobrir até que um dia, já quase na metade da 5ª série, em um novo colégio, minha cunhada assistiu uma reportagem sobre Déficit de Atenção (TDA) que chamou a atenção dela, pois parecia que estavam falando sobre o meu Pedro e como ela via minhas reclamações me deu um toque para pesquisar sobre o assunto. Dito e feito! Pesquisei na internet sobre o TDA e parecia que estavam falando do meu filho. Por isso, resolvi consultar um neurologista que diagnosticou além do TDA, a Dislexia e o Distúrbio do sono! Fiquei desesperada, me faltou o chão, não consegui entender o motivo de ser o meu Pedro!

Começei uma nova luta, achar um profissional que soubesse o que estava tratando, outra coisa muito difícil de se conseguir. Cheguei a consultar vários neurologistas e depois desta busca, de encontrar um profissional que soubesse do que se tratava, soube que seria hereditário e que ele herdou do pai. Acabei encontrando ainda uma psicopedagoga que foi um verdadeiro anjo em nossa vida, ela ainda descobriu o motivo de tanta dor de cabeca e naúseas enquanto ele estava em aula e também porque ele não conseguia fazer uma simples cópia. Ele tem uma alteração no processamento visual (SINDROME DE IRLEN) que digamos distorce o que ele vê, hoje ele está em alta da psicopedagoga vai apenas uma vez por mês para uma manutenção, ele toma Ritalina somente nos dias em que vai à escola para poder ter atenção, mas penso que a maioria do sofrimento que passamos poderia ter sido evitada se houvesse mais conhecimento por parte dos profissionais que lidam com crianças, como professores e os da saúde.

Depoimento cedido por Carla via email em 11/08/2011.



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