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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Aprendizado de outro idioma


Exibindo File:English textbook.jpg - Wikimedia Commons
Fonte: Wikimedia Common

File:English




Independente das discussões acerca da existência ou não do TDAH e da Dislexia quem leciona sabe muito bem que uns aprendem mais rápido e outros nem tanto. Agora imagine essa diversidade na aprendizagem de um segundo idioma. Difícil, com certeza! Pensando nisso, convidei um amigo meu, professor de língua inglesa, Vinícius Reis Cordeiro, para compartilhar sua experiência. Ele leciona para crianças aproximadamente há um ano na rede municipal de Santo André, onde os alunos do Ensino Fundamental contam com aulas semanais de língua inglesa .   “A experiência com crianças tem sido uma grande surpresa, pois nessa fase  possuem uma facilidade incrível para decorar vocabulários novos e também para assimilarem a pronúncia em inglês, cujo som não estão acostumados. Minhas aulas são apenas orais, pois a parte de leitura e escrita pode atrapalhar o aluno, justamente por estar no processo de alfabetização ainda, porém na parte da oralidade os alunos se saem muito bem e gostam muito, devido ao grande interesse que possuem em aprender outro idioma”, afirma Cordeiro.

O professor fez um intercâmbio nos EUA  e afirmou que o método que usam lá é praticamente o mesmo utilizado aqui para o aprendizado da língua inglesa e que antes de assumir o cargo teve treinamento para lecionar para crianças especiais e com distúrbios de aprendizagem. “A língua inglesa é algo totalmente novo para a criança. Ela não está inserida no contexto formal, porém nos dias de hoje, músicas; filmes; jogos de computador; vídeo games; redes de fast food etc, estão todas cheias de palavras em inglês e é algo que faz parte do cotidiano do aluno informalmente. O intuito das aulas para crianças é fazer com que elas tenham contato com a língua, com que a mente delas fique familiarizada com a fonética do inglês. Para os alunos com dificuldades de aprendizagem, primeiramente é necessário dedicar um tempo maior. É preciso entender e respeitar que esse aluno não tem o mesmo ritmo dos outros colegas, mas tem condições de alcançar a mesma aprendizagem”, argumentou.

Para Cordeiro, os alunos aprendem muito com o visual, por isso é de extrema importância levar figuras; vídeos; músicas; coisas que despertem o interesse desse aluno. “O que conta muito é fazê-los desenhar, sentir-se participando da aula e para isso é preciso motivá-lo, incentivá-lo, oferecer exemplos pessoais que despertam o interesse. Isso vale para todos, inclusive alunos especiais. É importante também revisar o conteúdo e de maneiras diferentes. É necessário um tempo a sós com alunos com dificuldades de aprendizagem, fazê-los pronunciar as palavras com calma, ouvir histórias em inglês, onde o mesmo pode  acompanhar apenas as figuras, assim sua mente assimilará o que ele ouve em inglês. Acredito que todo esse processo é visando o futuro desse aluno. Inseri-lo desde pequeno no universo da língua inglesa propiciará, quando chegar na fase adulta, que seu consciente esteja muito mais familiarizado com o novo idioma e ele terá muito mais facilidade para realmente aprender uma nova língua, com questões gramaticais, escrita, leitura, etc”, finalizou.



Dislexia e uma segunda língua


Para o  pedagogo  Juan Uribe  alunos disléxicos também aprendem línguas. “Aprendem quando o método pelo qual a língua é apresentada é apropriado a forma como eles melhor aprendem”, afirma. Para ele, disléxicos aprendem melhor quando se movimentam, falam sobre si, desenham, criam, participam com o que melhor fazem. “Cada disléxico têm suas características, sua história e suas habilidades que representam desafios pedagógicos para o educador”, afirmou em artigo publicado no site da Associação Brasileira de Dislexia.

Segundo ele, o educador que trabalha afetivamente com um aluno disléxico consegue atuar melhor quando discute com o aluno formas de planejar, registrar e avaliar o estudo, tanto em seu conteúdo quanto em sua forma. “Este diálogo e a construção desta parceria é fundamental para que possamos ter um clima de transparência e confiança entre aluno e educador. Este clima fortalece o processo de aprendizagem  nos momentos de devolutiva e discussão sobre como ambos se sentem e como o progresso é sentido. Este educador deve ser um pesquisador curioso que estude a Dislexia e que registre o processo pelo qual passa com este novo aluno, para que possa também organizar seus pensamentos e agir de uma forma consciente e reflexiva. Uma ação espontaneísta priva o aluno disléxico de progredir. Trabalhar a auto-estima mostrando que ele também é capaz, porém aprende de outra forma e em outro ritmo aliado a um trabalho conjunto com a família são ingredientes fundamentais. O disléxico aprende e trabalhar com ele é um desafio”, afirmou.

Abaixo algumas formas que o pedagogo Juan Uribe utiliza e que segundo ele tiveram bons resultados com alunos disléxicos:

Utilize movimento entre atividades curtas;
Faça projetos de interesse do aluno;
Mostre seus objetos pessoais, suas fotos, fale de você;
Desenvolva projetos de artes que tenham produtos;
Valorize e incorpore atividades nas quais o aluno tem sucesso;
Tenha momentos de relaxamento e descontração no inicio e no fim de aulas;
Faça revisões freqüentes, de formas diferentes;
Trabalhe o conteúdo de diversas formas;
Utilize diferentes cores e associe figuras a palavras;
Use músicas e ritmos;
Escreva com giz grande e use massinha;
Use o computador e jogos para fixação.


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Para saber mais sobre o projeto de aulas de inglês no Ensino Fundamental,  desenvolvido pela rede municipal de educação de Santo André, clique aqui

Para conhecer o trabalho de Juan Uribe, clique aqui 

O portal da BBC, mantido pelo governo britânico, oferece plataforma interativa e gratuita  para o aprendizado da língua inglesa. O portal é dividido para dois públicos: alunos e professores que podem acessar material estruturado para a elaboração de aulas.

Clique aqui e acesse o portal para alunos.

E aqui para professores.

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2 comentários:

  1. olá... gostaria de saber se exite alguma bibliografia recomendada sobre o assunto específico... o ensino de idiomas à crianças com déficit de atençao...

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    1. Olá Hellen, pelo que sei não há livros específicos sobre esse assunto. Apenas dicas..

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