Total de visualizações de página

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Chalita apresenta PL para alunos com dificuldades de aprendizagem

Gabriel Chalita

Crédito: Agência Câmara


Está em tramitação na Câmara dos Deputados outro Projeto de Lei que trata das dificuldades de aprendizagem, nas quais inserem-se a Dislexia e o TDAH. De autoria do Deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP), atualmente o PL está sendo analisado pela Comissão de Seguridade Social e Família. O relator é o Deputado Dr. Aluízio (PV/RJ).

Este PL também trata-se de um PL conclusivo de comissões, igual ao PL 7081/10, ou seja, isso significa que caso obtenha voto favorável em todas as comissões, não precisará ir à votação no Plenário, torna-se Lei.

O PL apresentado por Chalita prevê oito ações:

- Planejamento para o desenvolvimento e a aprendizagem do aluno, levando em conta as necessidades educacionais especiais de cada um;

- Formação continuada de professores para identificação precoce e desenvolvimento de pedagogia especializada para crianças e adolescentes com distúrbios, transtornos e/ou dificuldades de aprendizagem;

- Difusão entre todos os profissionais e áreas da educação de conhecimentos sobre oproblemas de aprendizagem;

– Desenvolvimento de diagnósticos;

– Conscientização da necessidade de combate contínuo à exclusão ou estigmatização dos alunos com distúrbios, transtornos e/ou dificuldades de aprendizagem;

– Abordagem sobre o papel e a influência da família e da sociedade em relação às dificuldades;

– Envolvimento dos familiares no processo de atendimento das necessidades específicas;

– Ampliação do atendimento especializado disponível para contemplar os casos de distúrbios, transtornos e/ou dificuldades de aprendizagem.

Em entrevista à Agência Câmara,  Chalita  disse que acredita que a proposta favorecerá a educação inclusiva. “O tratamento constitucional do direito à educação está intimamente ligado à busca do ideal de igualdade que caracteriza os direitos sociais”, afirmou.

O Deputado argumenta que apesar da legislação atual prever o apoio da União para ampliar o atendimento aos alunos com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotados, não se refere às características específicas dos alunos com distúrbios ou deficiências de aprendizagem. “Objetiva-se que a educação regular não deixe na indefinição ou exclusão da atuação pedagógica alunos que, por falta de diagnóstico, não consigam transpor as barreiras no processo de ensino e aprendizagem”, afirma.

Problemas à vista ?

Fórum contra a Medicalização

Caso seja confirmada a candidatura de Chalita à Prefeitura de São Paulo creio que terá problemas pela frente. Digo isso porque quando era vereador na Câmara de São Paulo e ainda estava no PSDB tramitou um PL 86/06, do vereador Juscelino Gadelha, que justamente propunha algo semelhante ao PL proposto por ele. Na época, em 2009, a corrente contrária que defende a não existência destes transtornos conseguiu mobilização capaz de emperrar a votação do PL até os dias atuais. Desta mobilização surgiu na cidade de São Paulo o I Seminário Internacional: “A Educação Medicalizada: Dislexia, TDAH e outros supostos transtornos”. A segunda edição do evento acabou de acontecer e durante ela foram tiradas várias diretrizes, como por exemplo, criação de fóruns regionais pelo Brasil afora e também pelos países que formam a Comunidade Andina, além da Carta do Mercosul. Este documento foi assinado por  representantes do Forumadd ─ grupo interdisciplinar contra a patologização e medicalização da infância da Argentina e do Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade do Brasil. De acordo com o texto da Carta, o movimento tem caráter ético e político e se pauta pelo rigor científico na defesa intransigente da vida.

Pedagogia do Amor & Pedagogia do Esquecimento

Por ser autor de inúmeros livros, entre eles o da Pedagogia do Amor, onde argumenta a importância do afeto no processo ensino-aprendizagem; por ter sido secretário de Educação do Estado de São Paulo, onde o sistema é da escola ciclada e por defender a Educação como principal bandeira de luta, entrei em contato com a assessoria do Deputado para saber da possibilidade dele responder algumas perguntas que me intrigam desde quando comecei a pesquisar sobre esses “transtornos” que causam dificuldades de aprendizagem. A resposta da assessoria veio no dia 10 de outubro dizendo que ele topa dar a entrevista e ainda salientou que tem dedicado atenção especial ao assunto.

Pois bem.......... se tem dedicado atenção especial ao assunto ............. espero que Chalita use dos conhecimentos de sua Pedagogia do Amor e não a troque pela Pedagogia do Esquecimento.

Abaixo, seguem as perguntas encaminhadas à assessoria do Deputado, em 30/08. Vamos ver quando  e como as respostas chegarão.............isso é ... se chegarem..........

1 - Deputado, muitas crianças que não conseguem aprender no mesmo tempo e da mesma forma que as demais estão indo parar em consultórios médicos e sendo diagnosticadas ora com Dislexia ora com TDAH. Em minhas pesquisas sobre o assunto, tenho verificado que o diagnóstico tem sido solicitado via escola quando a criança ainda encontra-se no primeiro ou segundo ano do Ensino Fundamental.   Essa prática  não contradiz os princípios da escola ciclada? Digo isso porque os sinais destes transtornos começam a surgir justamente por causa da escola  porque não conseguem aprender no mesmo ritmo e forma das demais.

2 - De acordo com as pesquisas do neurocientista António Damasceno a aprendizagem ocorre por meio da modulação das emoções. Como a  afetividade está relacionada às emoções e esta variável não entra no processo de diagnóstico destes transtornos, via questionário DSM-IV,o Deputado não acredita que isso possa prejudicar aquelas que tem um jeito diferenciado de aprender e de ser as rotulando como "doentes"?

3 - O  PL 7081/2010 dispõem sobre o diagnóstico e o tratamento do TDAH e da Dislexia na educação básica e visa proporcionar ao educando diagnosticado com estes  transtornos condições diferenciadas de aprendizagem. Contudo é sabido que não existe nenhuma metodologia pedagógica diferenciada de fato. Na prática, existem apenas dicas genéricas, que diga-se de  passagem, devem ser utilizadas com todo mundo, como por exemplo, ter paciência. Levando em conta essa premissa qual a importância desta Lei
no seu entender?

4 -  Há sérias controvérsias na área científica quanto à existência destes transtornos. Apesar de estarem catalogados no CID (Código Internacional de Doenças) a corrente contrária afirma que não há marcadores biológicos que comprovam sua existência (não existe exame físico). Alegam ainda que um dos principais objetivos é a medicalização com o Metilfenidato (Ritalina), que é um remédio da mesma família da cocaína, está listado na Anvisa como entorpecente e suas consequências a longo prazo são ainda um mistério. Gostaria de saber sua opinião a respeito do risco de drogatização causada por causa da escola, afinal, é por causa dela que estas crianças estão indo parar em consultórios médicos, sendo diagnosticadas como portadoras de TDAH ou Dislexia e medicadas.

5 - A corrente que defende a existência destes transtornos alega ser por causa deles que a maioria das dificuldades de aprendizagem acontecem. Qual sua opinião sobre os transtornos de aprendizagem e as dificuldades de aprendizagem?

6 – De acordo com a Deputada Mara Gabrilli, relatora do PL 7081/2010, na Comissão de Educação, o próximo passo será encaminhá-lo à Comissão de Constituição e Justiça. O Deputado faz parte destas Comissões, irá contribuir com alguma sugestão/proposição?

___________________________________________________


Curta nossa página no FACE e siga o canal no YOUTUBE para ficar por dentro de todas as atualizações.
_____________________________________________________________________________________

Participe. Comente. Compartilhe.

A informação é o melhor remédio!!!

___________________________________________________________________________________________________________________

 Para ler na íntegra a entrevista de Chalita à Agência Câmara, clique aqui.
  
Para acompanhar o projeto de lei de Chalita, clique aqui.

Para conhecer quem é o Deputado Gabriel Chalita, clique aqui.

Para conhecer o Fórum contra a medicalização na escola, clique aqui.

______________________________________




4 comentários:

  1. Felicidade em ver a Consciência Cristal desperta e ativa no AMOR e palavras desta amada irmã Vanessa.

    Este assunto deve servir como reflexão para todos os pais e educadores, para que possamos nos libertar completamente dos abusos da indústria farmacêutica e dos poderes obscuros que consomem a política brasileira.

    O AMOR é a chave para resolver qualquer situação.

    01. PROJETO CONSCIÊNCIA CRISTAL (PARTE 01) - Resposta a provocação feita para a CONAE 2010

    http://www.youtube.com/watch?v=De4srWS8xns

    ResponderExcluir
  2. Acredito que toda atenção voltada a minimizar, senão eliminar, a dificulade encontrada pelos portadores de Dislexia e do TDAH é válida e muito bem vinda, tendo em vista que o Princípio da Isonomia Real, existente na nossa Constituição Federal, prevê o tratamento igual na medida das igualdades e tratamento desigual para os desiguais. Esta diferenciação no tratamento e identificação precoce só tem pontos positivos, o que atinge diretamente o futuro não só dos portadores, mas da sociedade no geral. Ótima iniciativa.

    ResponderExcluir
  3. O problema é que esse tipo de iniciativa, equivocada, diga-se, não está de acordo com o princípio de isonomia real. O que há é um olhar repleto de pressupostos sobre as produções e os desempenhos das crianças, levando ao diagnóstico de doenças bastante questionáveis. Quem acompanha de perto essas crianças sabe bem de toda sua potencialidade para apropriação dos mais diversos conhecimentos, desde que sejam respeitadas, ouvidas, consideradas sem formatações prévias. O resultado desse tipo de PL acabará sendo transformar a escola em uma grande clínica. Péssima iniciativa. Claudia Perrotta - fonoaudióloga.

    ResponderExcluir
  4. Ricardo Gomes Pereira

    Em minha opinião deveriam mudar o método de ensino, ou seja a concepção de ensino, existe um livro interessante de Diane McGuinness: why nour children can`t read and what we can do about it, em que a autora, depois de vastos estudos mostra que muitas crianças diagnosticadas como disléxicas, sofrem a consequência de métodos de ensino ultrapassados. Assim como, no Brasil, há os estudos de Capovilla que revelam que o número de crianças diagnosticadas como disléxicas cresceu em demasia no Brasil, e em muitos casos, são frutos de uma corrente pedagógica que mais prejudica do que alfabetiza.

    ResponderExcluir

Atenção: comentários ofensivos serão deletados. Favor colocar nome e cidade onde mora. Sua opinião, positiva ou negativa, é bem-vinda desde que mantenha a educação e o bom nível.